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domingo, 18 de julho de 2010

Radar multa mais do que guardas no Recife


Trânsito // MULTAS
Roberta Soares
Do Jornal do Commercio


Os fotossensores, controladores e redutores de velocidade se transformaram nos olhos do trânsito recifense. São eles que monitoram a circulação na maioria das vias da cidade e multam os motoristas que praticam infrações.

Vêm ganhando força desde a municipalização do setor, em 2003, e hoje cresceram tanto que colocaram os agentes de trânsito num segundo plano. Os números mostram isso: há sete anos, existiam apenas seis fotossensores (que flagram o avanço de semáforo) na cidade e nenhuma lombada eletrônica. Hoje, são 22 fotossensores e 24 equipamentos de controle e redução de velocidade, conhecidos como lombadas. Juntos, eles respondem por 80% das multas aplicadas anualmente no Recife.

Enquanto os agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) registraram 13 mil infrações em 2009 (incluindo as relativas ao estacionamento rotativo Zona Azul), a fiscalização eletrônica respondeu por outras 49 mil multas. Em 2008 a interferência dos equipamentos nas autuações foi menor, até porque a instalação estava sendo ampliada, mas mesmo assim as lombadas eletrônicas e os fotossensores multaram mais de 50 mil veículos, contra 85 mil dos agentes de trânsito.

A fiscalização eletrônica é fato e os recifenses que ainda não se acostumaram com ela terão que se adaptar. Em tempos de cidades completamente saturadas de veículos, com uma mobilidade urbana cada dia mais comprometida, os equipamentos eletrônicos viraram o principal suporte da engenharia de tráfego, técnica fundamental para promover a circulação viária. Há, ainda, outro detalhe importante: por mais que os motoristas reclamem, as vantagens da máquina sobre o homem são muitas. O gerente de fiscalização eletrônica da CTTU, Marcos Araújo, é quem as cita. “A tecnologia embutida nos equipamentos nos permite um controle preciso do trânsito e, a partir dele, uma otimização operacional. Ou seja, observamos o trânsito e, surgindo um problema, acionamos o agente ou a equipe mais próxima. Também podemos reprogramar os semáforos, por exemplo, quando necessário”, explica.

A ausência de agentes de trânsito nas ruas, alvo principal das críticas feitas pela população, tem relação direta com o investimento na fiscalização eletrônica. “Não estamos dizendo que o agente é desnecessário, longe disso. Mas como o efetivo é pequeno, precisamos otimizar o trabalho humano. Muita gente acha que o trânsito está entregue à própria sorte, sem monitoramento, mas muitas das vias da cidade estão sendo acompanhadas da central de tráfego e as pessoas nem sabem disso”, argumenta. A fiscalização eletrônica beneficia o bom motorista. Ela dificilmente erra e não pode ser corrompida, diferentemente do homem, vulnerável às pressões e aos equívocos. “Para quem anda direito, respeitando a legislação, é positivo. Ruim é para o mau condutor, acostumado a cometer infrações”, pondera Marcos Araújo.

A fiscalização eletrônica, entretanto, é um sistema caro. Pelos números da CTTU, manter as 24 lombadas eletrônicas existentes na cidade custa, em média, R$ 2,5 milhões por ano. O município gasta mais R$ 2 milhões para a manutenção dos fotossensores no mesmo período, dinheiro que sai do IPVA pago pela população. “É um custo alto, mas que compensa. Esses equipamentos são fundamentais para a segurança do trânsito. O fotossensor, por exemplo, é imprescindível porque combate o avanço de sinal, que ainda é a infração mais cometida pelo motorista recifense. Enquanto nós temos menos de três multas ao mês por cada lombada, a queima de sinal é o oposto. Somente até maio deste ano já foram registradas quase 20 mil infrações do tipo”, lembra o gerente. O mais recente equipamento de fiscalização eletrônica instalado mês passado na cidade está na Avenida Arquiteto Luiz Nunes, na Imbiribeira.

Fonte: http://jc.uol.com.br/canal/cotidiano/transito/noticia/2010/07/18/radar-multa-mais-do-que-guardas-no-recife-229058.php

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