Foto: Heudes Régis/JC Imagem
Débora Duque
No Jornal do Commercio desta quarta-feira
A mudança de tom do governador Eduardo Campos (PSB) em relação ao PMDB nacional surpreendeu, até mesmo, aliados próximos do socialista. Em entrevista ao jornal sergipano Cinform, publicada na segunda (28), Eduardo declarou que a "expressão" conquistada pelo PMDB na aliança com o PT não condiz com sua representação na sociedade.
Diante do questionamento direto do governador, que tem procurado ser cauteloso publicamente sobre temas relacionados à política nacional, a reação, ontem, foi de surpresa e incredulidade.
O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), não conseguiu esconder seu "desconcerto" ao ser indagado sobre o tema pelos repórteres, na manhã de ontem. Só se pronunciou após ler as declarações do padrinho político no JC.
O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, mostrou a mesma perplexidade. Também pediu para ler os trechos da entrevista e, em seguida, respondeu, de forma genérica, tratar-se apenas de uma avaliação do governador sobre o cenário nacional.
Outras figuras do partido também admitiram, em reserva, a "surpresa". Houve, inclusive, quem questionasse a veracidade das declarações por não acreditar que o governador tivesse criticado, publicamente, a aliança PT-PMDB.
Ontem, Eduardo não cumpriu agenda externa. Desde segunda, o governador tem evitado a imprensa. Após palestra proferida na Controladoria-Geral do Estado, ele saiu sem falar com os repórteres e, hoje, também não terá compromissos públicos.
No PSB, o entendimento é de que o governador optou por se colocar de forma mais incisiva no cenário nacional. As insatisfações que rondam a base de apoio a presidente Dilma Rousseff (PT) com o espaço ocupado pelo PMDB, agravadas ainda pela articulação para que o partido assuma o comando da Câmara Federal e do Senado, abriram brecha para que Eduardo se torne o porta-voz desses questionamentos.
O socialista deverá reforçar o discurso de que a aliança com caciques do PMDB "envelheceu". A estratégia, porém, não teria como objetivo conquistar o protagonismo dos peemedebistas na aliança com o PT. Mais do que uma vaga de vice na chapa da presidente Dilma, em 2014, Eduardo está construindo seu voo próprio, dizem aliados.
Apesar das críticas ao PMDB, os socialistas sustentam que, em nível estadual, não há abalos, já que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) destoa das diretrizes nacionais da legenda.
O posicionamento de Eduardo cria, no entanto, uma saia-justa para o deputado federal Raul Henry (PMDB), próximo da cúpula do PMDB. Procurado para comentar as declarações do governador, o parlamentar não retornou as ligações.
Débora Duque
No Jornal do Commercio desta quarta-feira
A mudança de tom do governador Eduardo Campos (PSB) em relação ao PMDB nacional surpreendeu, até mesmo, aliados próximos do socialista. Em entrevista ao jornal sergipano Cinform, publicada na segunda (28), Eduardo declarou que a "expressão" conquistada pelo PMDB na aliança com o PT não condiz com sua representação na sociedade.
Diante do questionamento direto do governador, que tem procurado ser cauteloso publicamente sobre temas relacionados à política nacional, a reação, ontem, foi de surpresa e incredulidade.
O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), não conseguiu esconder seu "desconcerto" ao ser indagado sobre o tema pelos repórteres, na manhã de ontem. Só se pronunciou após ler as declarações do padrinho político no JC.
O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, mostrou a mesma perplexidade. Também pediu para ler os trechos da entrevista e, em seguida, respondeu, de forma genérica, tratar-se apenas de uma avaliação do governador sobre o cenário nacional.
Outras figuras do partido também admitiram, em reserva, a "surpresa". Houve, inclusive, quem questionasse a veracidade das declarações por não acreditar que o governador tivesse criticado, publicamente, a aliança PT-PMDB.
Ontem, Eduardo não cumpriu agenda externa. Desde segunda, o governador tem evitado a imprensa. Após palestra proferida na Controladoria-Geral do Estado, ele saiu sem falar com os repórteres e, hoje, também não terá compromissos públicos.
No PSB, o entendimento é de que o governador optou por se colocar de forma mais incisiva no cenário nacional. As insatisfações que rondam a base de apoio a presidente Dilma Rousseff (PT) com o espaço ocupado pelo PMDB, agravadas ainda pela articulação para que o partido assuma o comando da Câmara Federal e do Senado, abriram brecha para que Eduardo se torne o porta-voz desses questionamentos.
O socialista deverá reforçar o discurso de que a aliança com caciques do PMDB "envelheceu". A estratégia, porém, não teria como objetivo conquistar o protagonismo dos peemedebistas na aliança com o PT. Mais do que uma vaga de vice na chapa da presidente Dilma, em 2014, Eduardo está construindo seu voo próprio, dizem aliados.
Apesar das críticas ao PMDB, os socialistas sustentam que, em nível estadual, não há abalos, já que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) destoa das diretrizes nacionais da legenda.
O posicionamento de Eduardo cria, no entanto, uma saia-justa para o deputado federal Raul Henry (PMDB), próximo da cúpula do PMDB. Procurado para comentar as declarações do governador, o parlamentar não retornou as ligações.
Postado por Vinícius Sobreira
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