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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Greves têm como alvo a PEC 300

As greves da Polícia Militar e dos bombeiros no Ceará, encerradas na madrugada de ontem, e a paralisação dos policiais civis, deflagrada na noite do dia anterior, têm em comum o endurecimento da demanda dessas categorias pela aprovação da PEC 300. A proposta prevê o estabelecimento de um piso salarial nacional para a classe e foi aprovada, em primeiro turno, na Câmara dos Deputados, no fim de 2009. A apreciação em segundo turno, no entanto, acordada para logo após as eleições de 2010, não ocorreu.

Inês Romero, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpoci), afirma que a corporação deve voltar em breve a Brasília para se manifestar pela proposta. "Há muito tempo, batemos nessa tecla e vamos continuar lutando pelos nossos direitos", diz. Segundo ela, que também é diretora da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), as greves seriam uma forma de pressionar pela aprovação da PEC. "Essa atitude dos policiais dá uma sacudida na própria presidente (da República) para que ela enxergue melhor essa questão", defende.

Mas lideranças próximas ao governo federal afirmam que a PEC 300 é inviável e não deve passar pelo crivo da Câmara. "Há uma resistência no Congresso, construída a partir do diálogo com os governadores, de que constitucionalizar um piso não é o caminho", aponta o líder do PT, Paulo Teixeira (SP). Segundo ele, a solução deve ser dada pelos estados, que serão os responsáveis por arcar com o aumento dos gastos. "Não temos a orientação para votar a PEC 300", pontua.

O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), também sinaliza que a proposta não deve ser apreciada em segundo turno pela Câmara tão cedo. "A questão do piso é muito complexa, estão vendendo a PEC 300 como se fosse a solução, mas ainda é preciso discutir muito essa questão", indica. [...]
Fonte: (JÚNIA GAMA - Correio Braziliense)

Publicado no Blog do Capitão Assumção

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