Sábado (07/05/11) - Jornal do Commercio - Cidades
REAJUSTE Insatisfeita com proposta do governo, tropa decide só trabalhar seguindo todas as normas técnicas exigidas para a função
Insatisfeitos com a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo do Estado, policiais militares voltaram ontem às ruas e decidiram realizar uma operação-padrão, a partir de segunda-feira. A medida pode causar problemas já amanhã, no primeiro jogo do Campeonato Pernambucano, entre Sport e Santa Cruz, na Ilha do Retiro, Zona Oeste do Recife.
Isso porque, advogados das seis associações que representam a categoria vão exigir que os policiais envolvidos no esquema de segurança do clássico cumpram todas as normas técnicas. Entre elas, a utilização de coletes à prova de balas com menos de cinco anos de uso, motoristas de viaturas devem ter carteiras D e E, além de treinamento específico.
De acordo com o presidente da Associação dos Cabos e Soldados, Renílson Bezerra, existe a possibilidade dos policiais do Batalhão de Choque não entrarem na área interna do estádio, realizando apenas a guarda externa do campo.
“Iremos nos concentrar em frente ao Batalhão de Choque para fazer um protesto e exigir os procedimentos legais. Caso contrário, o policial não trabalha. Inclusive, esse negócio de policial entrar em campo está errado, pois o jogo é um evento particular, pago”, destacou Bezerra.
Já nas abordagens, segundo o sargento Ricardo Lima, da Associação dos Subtenentes e Sargentos de Pernambuco, será adotada a tolerância zero. “Isso significa que todas as ocorrências serão levadas à delegacia. Em abordagens a veículos particulares, todos os itens serão checados”, explicou.
A decisão de adotar a operação-padrão aconteceu no início da noite de ontem, em assembleia da categoria realizada em frente ao Palácio do Campo das Princesas, após passeata pelo Centro do Recife, onde os policiais fizeram o enterro simbólico do Pacto pela Vida, programa de segurança pública do governo.
No encontro, os policiais também decidiram marcar reunião com o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchoa, para convencê-lo a não aprovar a proposta de reajuste do governo.
Enquanto a categoria pede equiparação salarial com a Polícia Civil – que tem salário inicial de R$ 2,4 mil – o governo ofereceu R$ 1.876,40 para soldado em início de carreira. Com gratificação de R$ 400, o salário chegaria no próximo ano a R$ 2.276,40, com acréscimos até 2014. Os policiais, no entanto, não abrem mão de que o salário inicial sem gratificação seja igual ao de um policial civil.
“O que eles fizeram foi manipular os números. Tiraram da gratificação para colocar no soldo. Querem nos dar o que já temos, e não aceitamos isso”, garantiu Renílson Bezerra.
O comandante do Policiamento da Capital, coronel Paulo Cabral, avisou que vai estar na Ilha do Retiro para monitorar a segurança. “Na área externa talvez exista alguma falta, mas mesmo assim ela terá de ser justificada. Ninguém pode proibir ninguém de trabalhar”, explicou coronel Cabral.
Por: Paula Costa | Jornalista
Fonte: http://www.acspe.com.br/sub_paginas/menu_noticias/noticias_ver.php?codigo=000901
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