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domingo, 4 de dezembro de 2011

Policiais Civis e Militares de Pernambuco não descartam uma greve se estado não resolver o problema das férias.

Policiais reagem contra suspensão das férias

Policiais reagem contra suspensão das férias
Foto: Andréa Rêgo Barros

A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco ingressou, no TJPE, com mandato de segurança na tarde desta quinta-feira (01). A ação deve ser seguida por outras entidades de defesa da classe. O objetivo é barrar a decisão do Governo do Estado que suspendeu as férias e licenças de policiais militares, civis e bombeiros no mês de dezembro.

01 de Dezembro de 2011
Bruna Cavalcanti_247Indignados com a ação tomada pelo Governo do Estado, por meio do secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, que suspendeu as férias e licenças de policiais militares, civis e bombeiros, sindicatos ligados às categorias resolveram intervir para barrar essa decisão. A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adepe) saiu na frente e entrou com um mandato de segurança, no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), na tarde desta quinta-feira (01), alegando a inconstitucionalidade da suspenção do direito. A ação também deve ser seguida pela Associação dos Cabos e Soldados (ACS), que entrará com o mesmo recurso na sexta-feira (02).

“Acreditamos no judiciário pernambucano. A medida é ilegal, inconstitucional e tem caráter estritamente punitivo. Não há nenhuma situação de calamidade pública para suspender um direito de férias que é garantido por lei”, afirma o presidente da Adepe, Flaubert Queiroz. Segundo o sindicalista, outras ações ainda mais sérias podem ser tomadas pela categoria. “Se o Governo persistir com essas medidas de caráter punitivo, faremos uma assembleia para analisarmos a possibilidade de uma greve. Esse é um tipo de ação que não está descartada”, explica Queiroz.

Além da Adepe, a Associação dos Cabos e Soldados (ACS) também deve entrar na Justiça com o mandato de segurança com o mesmo objetivo. “Quando os índices de criminalidade baixaram em 2010, não tivemos nenhuma gratificação. Agora, recebemos essa punição. Além disso, estão esquecendo o péssimo aumento que tivemos este ano (menos de 7% em julho). Essa atitude foi precipitada, imoral, desrespeitosa e não respeita o direito do policial. A categoria está completamente desmotivada”, afirma o presidente da ACS, Renílson Bezerra.

O presidente da ACS, que conta hoje com mais de 13 mil associados, se reuniu hoje (01) com mais de 60 policiais militares no município de Garanhuns (Agreste). Segundo ele, a categoria ainda não conversou sobre a possibilidade de uma greve, mas “a associação está preparada para tudo”. “Tudo depende da tropa. Eles que irão definir essa questão, mas o que todos nós queremos é uma compreensão maior para o nosso trabalho. Muitos estavam reclamando que já tinham, inclusive, comprado passagens para tirar férias com a mulher e os filhos”, afirmou Bezerra.

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) também entrará com uma medida contra o Governo. No entanto, diferente da Adepe e da ACS, a entidade ingressará com uma ação por danos morais e materiais em favor da classe. “Essa medida pegou todo mundo de surpresa. Muitos já haviam programado suas férias e terão prejuízo financeiro. Além disso, isso contamina toda a categoria e desestimula a todos. Muitos deverão, de agora em diante, pensar: Por que eu vou me esforçar se o que recebi em troca foi ter as minhas férias suspensas?”, levanta o presidente do Sinpol, Claudio Marinho. Segundo o dirigente sindical, a redução da violência é não só da responsabilidade dos policiais. “O secretário (Damázio) não cumpriu o papel dele. Ele teve 11 meses para acompanhar esses números e só se manifestou agora. Essa ação é injustificável”, criticou Maringo.

A ação tomada pelo Governo do Estado atinge cerca de 2,5 mil policiais, que não teriam contribuído para o alcance da meta de 12% na redução de crimes violentos, como homicídios, latrocínios e assaltos seguidos de morte. Percentual que é estipulado pelo programa Pacto Pela Vida, que reúne um conjunto de ações com o objetivo de combater à violência no Estado. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social, em novembro de 2010 foram registrados 244 crimes desse tipo. Já em 2011, até o dia 25 do mês de novembro, foram contabilizados 239 assassinatos, uma redução de apenas 2,04%.

O objetivo dessa decisão, segundo os sindicatos, seria o de pressionar a classe para reduzir os índices de violência no Estado e evitar que estes indicadores aumentem ainda mais em dezembro, mês que tem historicamente registra números elevados de criminalidade. Argumento que é negado pelo Governo.

“Conhecendo esses números como conhecemos queremos evitar que estes dados aumentem ainda mais nessa época. Esta decisão não é nenhuma perseguição ou algum tipo de punição, porque os policiais não estavam cumprindo a meta. Estamos fazendo um chamamento para enfrentarmos esse momento. Nosso pensamento sempre será em prol da sociedade”, afirma o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio. Questionado sobre a possibilidade de que os policiais entrem em greve, Damázio foi bastante enfático: “Nem cogitamos isso”.

Fonte: Jornal Brasil 247

Publicação no Blog de Adeilton9599
http://adeilton9599.blogspot.com/2011/12/policiais-civis-e-militares-de.html

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